BNDES e LSI-TEC apresentam o piloto de Internet das Coisas para segurança e mobilidade urbana 

  • Experiência com monitoramento por sensores de Internet das Coisas com inteligência artificial na borda pode ampliar o monitoramento de áreas urbanas e agilizar o socorro a emergências e a segurança do cidadão 
  • Tecnologia aplicada a semáforos permitirá programação remota, visando à melhoria na gestão da mobilidade urbana e aumento da segurança ao pedestre. 

São Paulo, 05 de abril de 2022 – o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está financiando experimentos de soluções de Internet das Coisas (IoT na sigla em inglês) com aplicação de tecnologia nacional em segurança urbana e mobilidade. 

Selecionado na chamada BNDES Pilotos de IoT, os projetos conduzidos pelo LS-TEC envolvem testes com sensores em veículos, para monitoramento de acidentes e cenas de crimes, e em semáforos, de forma a permitir alertar automaticamente as viaturas policiais e/ou centrais de controle de forma remota a custo muito mais baixo comparado com as soluções existentes. 

A expectativa é que as soluções contribuam para ações mais efetivas em segurança pública e diminuição do tempo de deslocamento de veículos nos centros urbanos e bem-estar do cidadão. Além disso, os relatórios de experiência em campo podem ajudar a disseminar o conhecimento da tecnologia aplicada e servir de subsídio para aperfeiçoar estruturas regulatórias, visando facilitar a introdução de IoT e de novos modelos de parceria do Estado com a iniciativa privada.    

Com valor total de R$ 5,3 milhões, o projeto está sendo conduzido pelo Laboratório de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI-TEC), instituição de ciência e tecnologia (ICT) dedicada ao desenvolvimento e inovação em tecnologias avançadas. A instituição estruturou os testes, que estão sendo realizados na cidade de São Paulo. O LSI-TEC  será responsável pela divulgação dos resultados de forma a contribuir para a disseminação das soluções. 

O primeiro experimento envolve a utilização de sensores de IoT em automóveis para identificação e notificação de padrões que podem caracterizar acidentes ou atividades suspeitas. Para tanto, serão acoplados em automóveis sensores que farão o processamento local da informação e enviarão automaticamente notificações às autoridades. 

O segundo experimento consiste na aplicação de dispositivos de IoT em semáforos. Será investigado o potencial da tecnologia para monitoramento e controle da rede semafórica, priorizando a segurança dos pedestres e otimizando o fluxo de veículos.

A aplicação da tecnologia de IoT nos dois pilotos vai contribuir para diminuir o tempo de socorro em casos de acidentes, aumentar a eficiência das abordagens da polícia e otimizar o processo de programação de semáforos, contribuindo para uma maior segurança nas travessias e melhora da fluidez do tráfego.

Segundo Laisa Costa De Biase, coordenadora do projeto pela LSI-TEC, é aplicada tecnologia nacional por meio do programa de plataformas IoT do “Caninos Loucos” para o desenvolvimento de Inteligência Artificial na Borda. Essa estratégia é usada tanto para identificação de cenários de risco à vida e solicitação de socorro para a Polícia Militar e corpo de bombeiros, como para o controle semafórico. 

Para a execução dos pilotos foi estabelecida uma rede de colaboração em que diferentes instituições cooperam no financiamento, na implantação da solução e na disponibilização de tecnologia e ambientes para execução dos pilotos. 

Colaboram como beneficiárias finais e provedoras de campo de prova real, a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP), a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes de São Paulo.

Os pilotos contam também com o apoio do grupo automotivo Stellantis, da Smart Modular Technologies, provedora nacional de memórias digitais de última geração e  da American Tower, fornecedora de infraestrutura de rede neutra LoRaWAN. Figura ainda como parceira a Deloitte, líder em serviços de consultoria e transformação digital do mundo e que irá desempenhar o papel de fiscalizador e  elaborar o relatório de avaliação do potencial impacto social dos pilotos.

Para Marcelo Zuffo, professor titular da Poli-USP e conselheiro científico-tecnológico dos pilotos, “O projeto de Cidades Inteligentes com IoT é extremamente desafiador. O projeto engloba aspectos do estado da arte em tecnologia IoT com aspectos relevantes de impacto socioeconômico para a população”.

Avaliação – Com o projeto, será possível mensurar os principais benefícios da adoção de IoT nos casos testados, além de identificar soluções para desafios da integração tecnológica. Ao fim dos testes, previsto para o segundo semestre de 2022, os resultados serão publicados, de forma a ampliar a disseminação do conhecimento sobre a tecnologia.

Internet das Coisas – O BNDES, em parceria com MCTIC, apoiou nos anos de 2017 e 2018 a realização de um estudo para diagnóstico e proposição de plano de ação estratégico em IoT para o país. O plano indicou quatro verticais que apresentaram maior potencial de impacto: cidades; saúde; rural e indústria.

O trabalho indicou que os impactos do desenvolvimento de aplicações de IoT no Brasil, considerando os quatro ambientes, podem chegar a US$ 132 bilhões (US$ 27 bi para cidades; US$ 39 bi para saúde; US$ 21 bi para rural e US$ 45 bi para indústria). A partir desse estudo, o BNDES realizou chamadas para seleção de projetos-piloto de Internet das Coisas.

Testes das soluções e primeiros resultados – O projeto já apresenta os primeiros resultados, como o dispositivo piloto Sentinela desenvolvido com tecnologia nacional, para identificar e notificar situações de risco de vida e ações criminosas. 

O dispositivo é embutido no veículo para fazer a leitura das placas dos carros, monitorar o ambiente e identificar situações de risco a partir de imagens de uma câmera, usando inteligência artificial. Os eventos são notificados por meio de comunicação sem fio para um servidor remoto.

Outro piloto que já estará em teste em campo real ainda em março é o de Mobilidade Urbana, com dispositivos aplicados em dois semáforos na Cidade Universitária.